Alejandro Sanz lança CD "politizado" e encara "Celebridade"

Reuters

Foto de arquivo de Alejandro Sanz, vencedor de 7 Grammy Latinos
 

Por Fernanda Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - Alejandro Sanz não é mais o mesmo. O músico espanhol trocou as canções amorosas por temas mais politizados, sem perder, é claro, o ritmo latino dançante.

É o que se vê nas músicas "Labana" ou "Sandy a Orilla do Mundo", de seu novo álbum, "No es lo Mismo" (Warner), lançado no Brasil recentemente. A primeira faz uma crítica à Cuba de Fidel Castro, e a segunda é uma lembrança do desastre do petroleiro Prestige que atingiu a costa da Galícia em 2002.

"Não é demagogia", afirmou Sanz, 34 anos, nesta segunda-feira, em uma conversa com jornalistas em São Paulo. "Temos que olhar para nós mesmos. Estamos na Terra, mas pensando em Marte, poluindo nossos alimentos, nossa água."

Como todas as 12 músicas do álbum, seu sexto trabalho de estúdio, "Labana" foi escrita e composta por Sanz. "Esta canção fala da dor de ter que se separar de sua família, de sua cidade. E isso não acontece só com cubanos. Temos na Europa os africanos que também se arriscam para chegar na costa espanhola", disse Sanz.

A capa do disco afirma o tom dessa nova fase. Um copo cheio d'água encostado perto de seu rosto aumenta e deforma seu olho direito, lembrando as desconstruções dos quadros de Picasso. No braço esquerdo, uma tatuagem de um touro, como os da obra mais política do pintor espanhol, a tela "Guernica".

"Quando Bush se reuniu na sede da ONU, para falar sobre a guerra no Iraque, tamparam a réplica de 'Guernica'. Achei isso muito poderoso, queria um pouco do poder dela para mim", explicou Sanz.

MAIS UMA "CELEBRIDADE"

Ele também volta ao Brasil de forma diferente. No lugar de participar apenas da trilha sonora de novelas, como fez em Torre de Babel, com o hit "Corazón Partio", em 1998, desta vez ele participa ao vivo e a cores.

A novela só poderia ser "Celebridade", da Globo, pela qual já passaram, entre outros, a canadense Alanis Morissette, o espanhol Julio Iglesias e o capixaba Roberto Carlos.

Sanz, que disse gostar de Tribalistas, Caetano Veloso e Gilberto Gil, fará um show só para convidados no Rio de Janeiro, onde serão feitas algumas imagens. Ele também deve participar do Programa do Jô e do Caldeirão do Huck.

"Estou muito preocupado, não sei como será ainda", respondeu, abrindo um sorriso, quando perguntado sobre sua participação na novela de Gilberto Braga, que tem como protagonista a personagem de Malu Mader, uma produtora musical.

"Nunca participei de novelas. É uma aposta da gravadora e eu confio neles, eles são muito competentes. Deve ser para vender mais discos, espero que dê certo."

Sanz, que no novo álbum mistura gêneros tão diferentes como o hip hop, música cubana e flamenco, começou sua carreira em 1991, na Espanha, e estourou no mercado latino com o quarto disco, "Mas" (1997).

Este foi lançado também no Brasil, onde arrematou dois discos de ouro. Ele veio tocar no Rio de Janeiro e em São Paulo em 1999, e promete mais uma visita ao país na próxima turnê, que começa em fevereiro.

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